sexta-feira, 8 de abril de 2016



cara do medo

A noite, horário de “pico”. Estava em meu carro, Mitsubishi, 4 por 4, preto, voltando de

minha escola. Me sinto alto, no meio de tantos carros baixos. Em um mar de piscas-piscas

amarelos, lembro-me de que deixei meu material para lição em minha escola, em meu

armário. Peço para minha mãe dar meia volta, de um modo, um tanto cuidadoso, como:

“mãe... é que... meio que tipo... esqueci meu material para a lição super importante para a

matéria da escola... mas não precisa voltar não, relaxa” então, após dizer isso, sua cara fechou

totalmente, como o céu claro e azul, fira um céu escuro, cinza e cheio de raios, que poderiam

te atingir a qualquer momento. Com essa cara que todo filho sente medo ao acorda em plena

manhã, quando dormiu demais e se atrasou no inglês. Com essa cara, é que todo filho sente

medo após quebrar um copo. Com essa cara, que todo filho sente medo, após mostrar a sua

mãe sua nota vermelha, que tirou no trabalho de português. Com essa cara que todo filho

tem medo após ouvir “filho, vem aqui rapidinho...”, e com essa cara, que nossas mães fazem

de nossas vidas de estudo, de crescimento e de pouca responsabilidade, uma tremenda

montanha russa de broncas. Mas, em toda montanha russa, tem suas partes, vamos dizer,

sossegados. Além de você sempre lembrar só dos momentos “FUDEU, VOU MORRER HOJE”,

existe sim, momentos muito bons em seu relacionamento com sua mãe, como quando você...

é... bom, você sabe os momentos bons né? Assim que são as mães, sempre confusas, nos

amam, mas nos odeiam ao mesmo tempo, assim que elas são.